Sunday, August 2, 2009

Um domingo diferente

Hoje acordei e não senti vontade de ver ninguém. Já estou assim desde ontem, por isso ao invés de sair e de me tentar divertir fiquei em casa a ver televisão. Os tempos mudaram e este Agosto está ainda estranho para que o tempo me seduza de forma a levar-me até à praia. A intenção era essa, passar o dia na praia, mas quando acordei, simplesmente mudei de ideias. Não me apetece ver ninguém. Apenas ficar por aqui, a descansar a mente, calmamente, serenamente, apesar de não sentir serenidade. Como dizia o Pessoa "sinta quem lê", mas nos tempos de hoje isso é um contrasenso, pois quase ninguém lê. Sendo assim, por consequência quase ninguém sente. Mas depois se pensarmos mais um pouco, o ditado popular diz " quem não se sente não é filho de boa gente", ora se os nossos pais são todos boa gente todos devíamos sentir, somos uma geração degenerada concerteza... Olho em meu redor uma vez e outra e ainda outra na esperança que as coisas mudem, mas com inércia e sem vontade de lutar para as mudar. Sou a tartaruga que se esconde na carapaça, a avestruz que esconde o rosto na areia da praia, onde eu até tinha vontade de ir hoje, mas o tempo quebrou-me em estilhaços e eu, inerte demais para me reconstruir, puzzle que sou, acabei por ficar em casa dilacerada aos molhinhos...Ando num labirinto e não encontro a saída. Bastava-me encontrar a vereda por onde entrei e sair por ela, mas não consigo voltar para trás. Não consigo avançar mas também não estou capacitada para retroceder. Mais uma vez o contrasenso, a antítese. Sou mas não sou. Estou mas não estou. Quero mas não quero. Luto mas torno-me numa vencida por mim mesma. Se calhar o melhor mesmo é ficar aqui, quietinha e serena sem serenidade. Once again. Na redoma que todos julgam transparente e transponível, mas julgam mal. Not my problem, it's theirs. E, cá ficou um post que não diz nada. Um devaneio talvez porque de inner thought não tem nada, because I just feel empty inside....

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